Casamento sem frescura
13 de março de 2017 / OrganizaçãoQuem é noiva sabe que há uma jornada antes do casamento pelo qual o casal precisa passar: é necessário encontrar e contratar profissionais, tomar decisões, escolher coisas, equilibrar opiniões e interesses, dizer não a certos desejos, ceder, fazer tudo caber no orçamento, enfim… Cansa só de listar, não é mesmo? Os desafios da preparação do casamento são muitos, e como estamos aqui para lhe ajudar, separamos algumas dicas bem bacanas que a especialista no assunto Claudia Matarazzo dá em seu livro “Casar sem frescura” (Editora Planeta). Confira! Certamente há algo aqui que você estava mesmo precisando saber.
- Tenham como princípio que quem deve tomar toda e qualquer decisão são vocês, os protagonistas dessa história, e façam isso antes de colocar qualquer assunto ou pauta junto a famílias, amigos ou colegas de trabalho. Esse é o grande segredo para permanecerem unidos e se preservarem de conselhos inúteis e interferências fora de hora.
- Desconfie de todos os profissionais que tratarem seu casamento como se seu noivo não existisse ou não tivesse quase nenhuma importância. É uma péssima maneira de começar a vida a dois. Daqui para a frente, os dois estarão sempre juntos, e, quanto antes as pessoas se acostumarem com isso, melhor.
- Você vai conhecer algumas de suas outras facetas, que nunca vira até agora porque vocês nunca passaram antes pela experiência de “preparar uma vida em comum”. Portanto, em vez de se indignar, acusá-lo de nunca ter agido assim ou dizer que ele não sabe direito o que quer, lembre-se: para ele, tudo isso é tão novo quanto para você. Exercite sua compreensão. Assim, será mais fácil não entrar em atritos inúteis.
- A melhor maneira de não levar sustos durante os preparativos é fazer, desde o início do processo, um levantamento detalhado de todos os gastos (já com alguns custos definidos e uma previsão de orçamento objetiva), para ter uma noção de quanto vão gastar. Vocês podem, também, inverter o processo: verificar de quanto dispõem para gastar e, a partir daí, adequar essa quantia aos orçamentos previstos.
- Acostumem-se com a ideia de que tudo o que ficar acertado precisa de um contrato por escrito (inclusive com as previsões de orçamento).
- Não se sintam obrigados a completar todo o mobiliário ou mesmo acabamentos da casa e decoração de uma só vez. Além de antieconômico e de tirar o foco da cerimônia em si, é importante “viver” a casa juntos para depois dar esses retoques aos poucos. O resultado é infinitamente mais bonito e agradável.
- O convite do casamento, com seus dizeres, a cor e a textura, é que vai indicar o tom da comemoração. O convite é o primeiro sinal formal de que vai realmente acontecer esse casamento. Daí a importância de que seja, além de bonito, correto, com todas as informações necessárias.
- No caso de igrejas e templos é preciso cuidado redobrado para não entrar em ciladas e cair no ridículo. Para começar, se você está optando por um ritual religioso, qualquer que seja ele, é preciso entender que o ritual não muda de acordo com os caprichos do cerimonialista ou os sonhos dos noivos. É exatamente o contrário: eles é que devem perder um tempinho para compreender melhor o que vai significar aquele trajeto pela nave, além das fotos e dos olhares dos amigos registrando o modelito da roupa.
- Todos os estudos de colorismo são unânimes na afirmação de que o branco total radiante tira a luz do rosto e, dependendo do tom da pele da pessoa, pode até abater a fisionomia. Você não vai querer correr esse risco, certo? Pense em creme. O que os americanos chamam de off-white. Não é bege, não! É creme. Um tom que traz calor ao rosto e ilumina. Quando lhe apresentarem tecidos e modelos, peça pelo creme, experimente e veja a diferença que uma simples nuance de matiz pode fazer em seu visual.
- Nos casamentos evangélicos, por não haver consumo de álcool, os especialistas aconselham que se dobre o volume de docinhos e canapés que são consumidos em maior quantidade. De modo que, nesses casos, se façam vinte unidades para cada convidado.
- Se tiverem apenas uma semana, não vale a pena fazer uma viagem internacional com mais de seis horas de voo. Vocês estarão perdendo praticamente dois dias apenas em trânsito, sem falar no cansaço e no fuso horário. É muito mais aconselhável algum local mais próximo.
- Pense duas vezes antes de dispensar solenemente os presentes mais simples, como jogos de peneiras e colher de pau, iludida pelo brilho das pratarias e cristais das lojas. Você nem imagina quanto vai precisar de cada um desses pequenos utensílios em sua nova vida de casada. Muito mais do que de castiçais de prata ou compoteiras de cristal.
- Por mais que o mundo seja digital, encomende sim fotos em papel: para o álbum, para mandar de presente aos familiares mais queridos, para você mesma colocar em porta-retratos. É muito mais significativo do que mandar um arquivo.
- Nem cinco minutos de atraso. Sabe por quê? Porque é simplesmente o cúmulo da falta de educação. Não é sinal de sofisticação nem faz parte do folclore da “noiva ocupada demais”. É uma prova indiscutível de grosseria mesmo. Você teve meses para se preparar para esse dia e pensar em todos os possíveis imprevistos. Nada justifica atrasos de meia hora ou mais, como muitas vezes somos obrigados a suportar. Nem quinze minutos. Talvez cinco.
Claudia Matarazzo é jornalista, tem 15 livros publicados sobre comportamento e moda e colabora como consultora e colunista em jornais, programas de rádio e televisão. Seu primeiro livro sobre casamento, “Case e arrase”, foi escrito há 18 anos e, desde então, muita coisa mudou no universo das cerimônias e festas que celebram o matrimônio: a concepção, a dinâmica, a grandiosidade, o objetivo, a lista de convidados e tudo o que a sua organização implica.